Doutor, o que faço do amor? Você não tem que fazer nada É o amor que te afaga Mas me diga, doutor Por que tanta demora? Nem juros, nem mora, simbora Que o amor é da hora E o que faço, doutor Com essa angústia que pesa? Se você não der caso, não vinga O amor é o orvalho que pinga Se algo pesou, foi você que criou Alivie na ginga Mas me diga, doutor E quando não rola? Se a goma não cola Não ouça a tristeza, dê tratos à bola Mas me fale, doutor Por que dizem que cega? Quem falou desconhece o amor Porque nunca se entrega E o que faço, doutor Quando bate o ciúme? Tente usá-lo como perfume Ou até como santo remédio Que ele cura e previne Que o amor não termine nas tramas do tédio Mesmo assim, meu doutor Se o amor me renega Você desapega, sossega Que ele um dia te pega Sendo assim, meu doutor Tem que ter paciência O amor é a arte do encontro Mas também é ciência E o que faço, doutor Se me sinto inseguro? O amor é um salto no escuro É um gesto de extrema beleza Com destino ao futuro Que você constrói com delicadeza Maravilha, doutor Quanto foi a consulta? O amor não tem preço, senhor Assim você me insulta Obrigado, doutor Pela gentileza O amor é assim Você diz que sim, ele vem com certeza O amor é onda, nos leva É folha na correnteza No encontro de Adão e Eva Força da natureza O amor é banquete Chega de conversa, passemos à mesa O amor é onda, nos leva É folha na correnteza O encontro de Adão e Eva A força da natureza O amor é banquete Chega de conversa, passemos à mesa O amor é onda, nos leva É folha na correnteza O encontro de Adão e Eva A força da natureza O amor é banquete Chega de conversa, passemos à mesa