Quando o apito da fábrica de tecidos Vem ferir os meus ouvidos Eu me lembro de você Naquele tempo Em que você era pobre Eu vivia como um nobre A gastar meu vil metal E por minha vontade Você foi para a cidade Esquecendo a solidão E a miséria daquele barracão Amor lá no morro é amor pra chuchu As rimas do samba não são I love you E esse negócio de alô, alô boy, alô Johnny Só pode ser conversa de telefone Lá no morro, somente uma luz havia Era a lua que a tudo assistia Mas quando acabava o samba, se escondia Sou do sereno, poeta muito soturno Vou virar guarda-noturno E você sabe por quê Mas você não sabe Que enquanto você faz pano Faço junto do piano Esses versos pra você