A Esperança saiu à rua Logo hoje que fico em casa Uma mão lava a outra, mas a minha está cheia de nada Como uma casa de mesa vazia Onde só vive a intenção E eu pelos telhados, quem mora ao lado chama-me a razão E assim como a vida é bela, Por vezes madrasta sem tinta na tela ou peixe na canastra não me tira dessa sina Por mais que viva ela não diz basta Se um dia o barco voltar A que traga o meu amor Pois com a sua chegada, ai acaba a minha dor Com a mão cheia de nada Este calvário chega ao fim Pois a vida é madrasta, mas hoje estava a sorrir para mim E assim como a vida é bela É dança nas escadas, varinhas às janelas Abram-se as portadas, pois mudou a minha sina Por mais que custe nunca se diz basta Por mais que custe nunca se diz basta Por mais que custe nunca se diz basta Pois mudou a minha sina Por mais que custe nunca se diz basta