Do que um homem é capaz? As coisas que ele faz Pra chegar aonde quer É capaz de dar a vida Pra levar de vencida Uma razão de viver A vida é como uma estrada Que vai sendo traçada Sem nunca arrepiar caminho E quem pensa estar parado Vai no sentido errado A caminhar sozinho Vejo gente cuja vida Vai sendo consumida Por miragens de poder Agarrados a alguns ossos No meio dos destroços Do que nunca vão fazer Vão poluindo o percurso Com as sobras do discurso Que lhes serviu pra abrir caminho À custa das nossas utopias Usurpam regalias Pra consumir sozinhos Com políticas concretas Impõem essas metas Que nos entram casa adentro Como a trilateral Com a treta liberal E as virtudes do centro No lugar da consciência A lei da concorrência Pisando tudo pelo caminho Pra castrar a junventude Mascaram de virtude O querer vencer sozinho Ficam cínicos brutais Descendo cada vez mais Pra subir cada vez menos Quanto mais o mal se expande Mais acham que ser grande É lixar os mais pequenos Quem escolher ser assim Quando chegar ao fim Vai ver que errou o seu caminho Quando a vida é hipotecada No fim não sobra nada E acaba-se sozinho Mesmo sendo os poderosos Tão fracos e gulosos Que precisam do poder Mesmo havendo tanta gente Pra quem é indiferente Passar a vida a morrer Há princípios e valores Há sonhos e amores Que sempre irão abrir caminho E quem viver abraçado Na vida que há ao lado Não vai morrer sozinho E quem morrer abraçado À vida que há ao lado Não vai viver sozinho