Mãe Eu quero ficar sozinho Mãe, eu não quero pensar mais Mãe, eu quero morrer, mãe Eu quero desnascer Ir-me embora Sem sequer ter que me ir embora Mãe, por favor Tudo menos a casa em vez de mim Outro maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar E me encontrar fugindo De quê, mãe? Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento E se inventássemos o mar de volta? E se inventássemos partir para regressar Partir e aí, nessa viagem, ressuscitar da morte às arrecuas que me deste Partida para ganhar Partida de acordar Abrir os olhos Numa ânsia colectiva de tudo fecundar Terra, mar, mãe Lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto Lembrar nota a nota o canto das sereias ♪ Lembrar cada lágrima Cada abraço Cada morte Cada traição Partir aqui Com a ciência toda do passado Partir, aqui Para ficar