Esta noite atravessava uma floresta a sonhar Ela estava cheia de horror. Seguindo a cartilha Os olhos vazios, que nenhum olhar compreende Os bichos erguiam-se entre árvore e árvore Esculpidos em pedra pelo gelo. Da linha De abetos, ao meu encontro, através da neve Vinha estalando, é isto um sonho ou são os meus olhos que a Vêem, Uma criança de armadura, coiraça e viseira A lança no braço. Cuja ponta faísca No negro dos abetos, que bebe o sol O último vestígio do dia uma seta de ouro Atrás da floresta do sonho, que me faz sinal de morrer E num piscar de olho, entre choque e dor, O meu rosto olhou-me: a criança era eu.