Passo o dia a olhar o sol Ofuscado pela ânsia da salvação No tumor da chegada desse momento Em que tudo será dito O coração bate-me ainda Mas não posso chamar de vida A esta inércia ante o punhal de dor Que me aponta o destino A terra não é mais um lar É apenas o lugar de um desconforto crescente E de uma solidão cada vez mais cruel E sem fim à vista Continuo, pois, a olhar o sol A ver a dança das manchas negras Que se formam nas retinas prenhas de luz E desisto de pensar ♪ As histórias do passado Surgem nítidas em catadupa Trazendo com elas a dolorosa saudade Do tanto que ficou por fazer Olho em volta, com falta de ar A dar folga ao aperto que me assola Mas as paredes vidradas do bunker Refletem-me a ironia Queria tanto morrer em paz Entre os braços da minha amada Mas dela, apenas restam memórias E o vazio da ausência Continuo, pois, a olhar o sol A ver a dança das manchas negras Que se formam nas retinas prenhas de luz E desisto de sentir ♪ Não quero mais sofrer Não quero mais sofrer (não, não, não quero, não!) Não quero mais sofrer (não quero mais sofrer, não!) Não quero mais sofrer (não, não, não quero!) Não quero mais sofrer (não, não quero mais sofrer, não!) Não quero mais sofrer (não quero não, não!) Não quero mais sofrer (não quero! Ah, não, não!) Não quero mais sofrer (não quero mais sofrer, não, não!) Não quero mais sofrer (não quero mais sofrer, não!) Não quero mais sofrer (não, não quero não!) Não quero mais sofrer Não quero mais sofrer Não quero mais sofrer Não quero mais sofrer Não quero mais sofrer Não quero mais sofrer