Gravando ♪ Sabrina, nove anos Meio vesga Uma surra por dia Bonitinha, indiferente Mãe, tem pé de macarrão, mamãe? E tome tapa, murro, beliscão Mamãe, por que que sai fumaça do gelo, hein, mamãe? Pontapé, soco no olho, cascudão Ô, mamãe, por que que índio não tem chulé? Carraspana, trinco, safanão Um dia Sabrina se levanta mais cedo que o costume Pega um dedal na máquina de costura de sua mãe Coloca no dedal um pequeno caroço de pêssego Enche-o com água Embrulha tudo numa folha branca e sai, ela sai Sabrina vai até um terreno baldio próximo de sua casa E enterra o embrulho numa cova de 15 centímetros Rega bem e vai para casa Durante meses, todos os dias Sabrina continua na obstinada lida De regar o local do plantio, ela rega Agora, Sabrina já rega uma árvore frondosa e bela Vendo que o vegetal estava vigoroso Ela fica um tempo sem ir ao local Passados uns seis meses A menina Sabrina volta para ver a árvore E tem uma grata surpresa Corre em busca de sua mãe Para que ela também venha presenciar o fato Dona Zuleica, era esse o nome da mamãe de Sabrina Lavava roupa ouvindo um antigo sucesso do Roupa Nova Dá uma surra rapidinha na filha E corre para o local enxugando a mão no avental Lá chegando, Dona Zuleica olha para a árvore E tem um súbito desmaio Em segundos, volta a si e fica olhando Custando a crer no que via Uma árvore carregada de latas de pêssego em calda No rótulo claramente se lia Pêssego em calda Santa Sabrina