Pode um relâmpago Numa noite de ânimos tímidos Em tons cítricos Com dedos de luz Desenhar no céu um hieróglifo Elétrico E desse dígito Desse assombramento tão súbito Do espetáculo Visto a olho nu Despencar um feixe energético Com rumo ao sul Texto que se diz no ar e se desmancha Faixa plasmática prática no seu vagar O que quer dizer à cidade a tempestade Quando desaba dez vezes no mesmo lugar? Rombo azul que rompe o escuro E volta ao nada de onde veio Leva o meu cantar de sabiá Também no teu passeio Risca, ronca, raia Onde o sol desmaia e tudo é nuvem Deixa uma centelha em quem te viu E se estilhaça na amplidão Texto que se diz no ar e se desmancha Faixa plasmática prática no seu vagar O que quer dizer à cidade a tempestade Quando desaba dez vezes no mesmo lugar? Rombo azul que rompe o escuro E volta ao nada de onde veio Deixa o meu cantar desafinar Também no teu passeio Risca, ronca, raia Onde o sol desmaia e tudo é nuvem Deixa uma centelha em quem te viu E se estilhaça na amplidão Texto que se diz no ar e se desmancha