"Os olhares se cruzam. Não os dedos. Embora o relógio possa sugerir o contrário, O tempo acelera e freia simultaneamente, alcança. E chega a tempo. Não se sabe quanto tempo se passa Antes que suas pálpebras – as quatro – respondam Ao comando neural que ordena, sem negociação, Que, em coreografado movimento vertical, eles pisquem (...) A umidade dissipa-se pela brisa fresca; janelas completamente abertas O tic-tac não se ouve. As ruas clamam, assim como falam Vizinhos no andar de baixo – o som de uma vitrola irradiando Jazz ao piano preenche todo o banheiro Com sua reverberação sincopada (...) É domingo. É verão (...) Lá fora como aqui, O tempo é o mesmo."