Eu vinha de um lugar onde nada se parecia Com o teu passo calmo de avalade ao fim do dia Tentavas explicar mas poucas vezes te ouvia Vivia para sonhar a minha própria mania Mas lá me apaixonei pelos teus jeitos de raposa Iludido com a cidade começaste a fazer troça Eu quase com dezoito a respirar extasiado Só queria absorver o mundo contigo ao lado Corremos Portugal no verão E em setembro eu não quis dar-te razão Dizias que é bom ter olho de lince Não vá a quimera morrer nessa contenda Não feches teu olho de lince Que isto aqui é Lisboa Cada qual que se defenda Fui pra a tua faculdade e ficamos mais parecidos Se soltava uma farpa, era mel para os teus ouvidos Vá lá não sejas prato para os tontos dos teus amigos Dizias-me em segredo com os teus olhos decididos Que à mesa do café, tu só tens de ter certezas Se não tens não faz mal ou imitas ou inventas Com o teu ar natural, quem dirá que não tens norte Para ti banalidade, é sempre palavra forte Aproximou-se noutro verão E aos poucos já te ia dando razão Dizias que é bom ter olho de lince Não vá a quimera morrer nessa contenda Não feches teu olho de lince Que isto aqui é Lisboa Cada qual que se defenda Mas quando me trocaste finalmente aceitei Que é melhor andar à toa, sem me olhar a ninguém Bati com a cabeça uns três anos aos caídos Até que um novo amor me devolveu os sentidos E hoje longe do coração Eu só te lembro pra lembrar esta lição Que é bom ter olho de lince Não vá a quimera morrer nessa contenda Não feches o olho de lince Que isto aqui é Lisboa Cada qual que se defenda Que isto aqui é Lisboa Cada qual que se defenda Que isto aqui é Lisboa Cada qual que se defenda Que isto aqui é Lisboa Cada qual que se defenda Que isto aqui é Lisboa Cada qual que se defenda Que isto aqui é Lisboa Cada qual que se defenda Que isto aqui é Lisboa Cada qual que se defenda Que isto aqui é Lisboa Cada qual que se defenda...