Meu amigo, o calendário Trouxe-me a mesma miragem E um santinho para a sorte Esperei teu aniversário E a rescrever mensagens Lá passou da meia noite Se a meio dos pesadelos Os passos na escada Parecem dentro de casa Ai que medo Só te disse olá Mas tudo o que eu mais sentia Agora escrevo Ei, rapaz, que saudades Andar por aí, aprender a fumar E a tocar bandolim, imitar-te as vaidades Nos precipícios sem medo do amor Família e os amigos Sem esperanças vão à guerra Se pateta é ter um sonho Vão rir dos males antigos Que o futuro desta terra Já só pode ser medonho Preguiça trouxe preguiça Justiça sem sentença E o barulho pra calar A descrença Passa o dia na cama À espera que uma luz Desça ao meu pijama Ei, rapaz, que saudades Quis saber de ti Vamos lá passear Andar por aí Diz-me lá como fazes Se não tens vícios Nem medo do amor Só te disse olá Teus olhos, minha prisão Ai fico tenso (Ei, rapaz, que saudades) Ei, rapaz, que saudades Andar por aí, aprender a fumar E a tocar bandolim, imitar-te as vaidades Tenho saudades do teu...