Ainda tenho os teus cabelos Na minha cama a passear Tempos de grande revoltar Deixaram-nos lá ficar Está a foto no meu quarto Daquela tarde numa cidade qualquer Sinceramente de cinismo eu já estou farto E do medo de te perder Temos tanta paixão E uma noite na mão Não, não, não, não Não vás, não vás Não vás, não vás Porque nunca uma distância Foi tão longa como a de verão ♪ E ainda tenho todos os meus medo Na minha mente a vaguear Roubaste-me os meus segredos E vendeste-os sem pensar Se pensas que eu sou fraco Fraco eu só sou de amor Mas de facto de cinismo eu já estou farto Um dia eu fujo e dás-me valor Temos tanta paixão E uma noite na mão Não, não, não, não Não vás, não vás Não vás, não vás Porque nunca uma distância Foi tão longa como a de verão ♪ Falhei em tudo Como não fiz propósito nenhum Talvez tudo fosse nada A aprendizagem que me deram Desci dela pela janela das traseiras da casa Fui até ao campo com grandes propósitos Mas lá encontrei só ervas e árvores E quando havia gente era igual a outra Saio da janela, sento-me numa cadeira Em que hei-de pensar? Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa E há tantos que pensam ser a mesma coisa Que não pode haver tantos, gênio? Neste momento Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu E a história não marcará, quem sabe? Nem um, nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras Não, não creio em mim Em todos os manicómios há doidos malucos com tantas certezas Eu, que não tenho nenhuma certeza Sou mais certo ou menos certo? Não, nem em mim Em quantas mansardas e não mansardas do mundo Não estão nesta hora gênios para si mesmos sonhando?