Há dias de fogo e de espada Dias em que o véu encobre a luz Dias em que não acredito em nada Dias em que a treva te seduz Nesses dias as crianças guardadas nas celas de aula Aprendem que da vida não, não, não vale a pena ter pena de nada Um dia a criança abortada sentará na mesma mesa com seus pais Um dia a pessoa assassinada voltará pra perdoar o seu algoz Nesses dias as crianças guardadas nas celas de aula aprenderão que da vida não não não não, por mais que queira não se leva nada Pois use seu dinheiro ensaguentado pelo sangue de alguém que não é nada pra você Você que arrasta o lixo pra de baixo e acha muito confortável quantos morram por você Então vem, vem filha da puta Vem dar um rolê na periferia Vem sentir cheiro de gente Descobrir o que você sente quando um pobre tocar em você Então vem, vem filha da puta vem dar um rolê do centro a periferia Vem curtir cheiro de gente descobrir o que você sente quando um tromba tocar em você Não creio em justiça pelas próprias mãos é tudo irmão matando irmão Você com seu ódio seu descaso, seu modelo de negócio e o seu medo do fracasso, tudo é você você você você Você quer ter e ter e ter eu quero mais ser do que ter Quero sentir pra existir, queremos tanto tanto e tudo e o mundo todo está em nós Há dias de fogo e de espada Dias em que o véu encobre a luz Dias em que não acredito em nada Dias em que a treva te seduz A gente luta pra que esses dias fiquem para trás e cada dia seja um dia de luz e todo dia seja um dia de paz