Minha alma é igual de passarinho Mas meu coração tem ares de estrela do mar Gosto de ficar assim quietinho Mas no outro instante posso já querer voar Tenho trinta nomes, sete vidas Um milhão de sonhos, e um só coração Quatrocentas feridas abertas E oitocentas cicatrizes pra lembrar que vão fechar Conto estrelas como conto os dias Diferente deles nunca vi uma morrer A ponte quebrada, rio, floresta Sangue seco, asfalto, a vida passa e ninguém vê Visto a minha esperança nova Mas sorriso não combina com essa estação Em silêncio me evaporo em linhas Belos acontecimentos da imaginação Quem vai me separar de mim? Abracei a mim à luz da lua Num aceno só me despedi do que eu não sou Quem vai separar o mar da terra Se um já não seria sem o que o outro criou? Quem não sou, não chore, pois não volto Deixo meu passado de recordação Tenho sete vidas, trinta nomes Mas cuidarei bem do único coração Não vão me separar de mim "E o menino sem casa segue adiante A frente o desconhecido Enquanto a gente fingindo que sonha Dorme"