Entre o que está oculto e descoberto Durante a noite a sombra se desfaz Enquanto eu conto cada fragmento ou resto Do que você fez, do que você faz A boca inchada, duas taças quebradas Nesse combate entre o que é chão e o que é mundo Tudo é visível e você deixa a sua marca De um jeito bem leve, de um jeito profundo Vida ou morte, é a mesma pulsão E você diz que eu sou um clarão, um clarão Aberto pro que há pra se ver Diz que eu sou um clarão, um clarão E todo véu perde o sentido em você Entre o que é arbítrio e destino Eu te permito se aproximar Cada relâmpago pode ser assistido Nada vai ocultar, nada vai ofuscar Eu perco as rédeas da besta do desejo E hoje é você quem deve cavalgar Porque eu confio na destreza do manejo Nesse seu dominar, nesse abandonar Não sinto a raiz nessa explosão E você diz que eu sou um clarão, um clarão Aberto pro que há pra se ver Diz que eu sou um clarão, um clarão E todo véu perde o sentido em você