Fecho os olhos Mas não vejo o escuro Se materializam em sons e formatos que não compreendo Eu não tô mais aqui Alguém me chama, mas não sei quem ou que diz Tudo se desmancha em cores confusas Eu flutuo e afundo ao mesmo tempo Sem saber por que me sinto tão distante Me afastando de meu corpo e cavando ao céu em câmera lenta Seria tudo isso uma prisão em uma distopia de mau gosto Pra pagar pelos crimes contra meus corpos? Eu não sei como aguentei chegar até aqui, não é possível Eu morri naquele dia Aquela fumaça paralisou meu sangue E essa alucinação final é o meu purgatório Mas eu abro os olhos, e num momento de realização eu me faço existir