Não é esse o fim que espero Não desejo o eterno desespero Nada se separa ao olho Mas nada se disfarça ao desapego Sigo a sina que me acena Mas nego a pena como a venda cega A reza a prece apressa e cessa A luz da vela apaga e me revela Todo o escuro que eu insisto em refutar Viver melhor sem esse sol vermelho Do pó ao pó, como eu no espelho E ante a queda, asas vão faltar E todo medo é sempre medo demais Ante a queda errante, a quebra Torna cada instante angústia eterna Que, como uma sombra terna Escura como a tarja, assombrará Passam pelos dedos, sombras Sobras que eu nego, ou finjo não ver Passam pelos ombros, sedas Secas sob sol do anoitecer Pelo pedaço de céu que habito, sublimar Pra ver melhor o sol cair vermelho Distante e só como eu no espelho E ante a queda asas pra lembrar Que todo medo é sempre cedo demais Eu cansei Da língua que abomina a cor Da cor que abomina o sexo E disseca o que não conhece Nem comece É falácia flácida pra face ácida da classe a É a parafilia que eu lia, fobia, folia, foie gras É a nota que esgota a cota da frota e outorga derrota É a divulgação de ideologia da idade média É falácia flácida pra face ácida da classe a É a parafilia que eu lia, fobia, folia, foie gras É a nota que esgota a cota da frota e outorga derrota É a divulgação de ideologia da idade média De frente Pro espelho Pra ver o sol vermelho Eu, lado a lado Com o meu lado alado De frente Pro espelho Pra ver o sol vermelho Eu, lado a lado Com o meu lado alado