Do seu retrato eu sou refém Ausência sua ou de outro alguém Que já passou, que se tornou Quem inventei Vem bem vestida me assombrar Denunciada em meu olhar O tempo já passou E eu também vou passar Estou como refém e ao seu dispor Eu te fiz bem maior do que eu pude aguentar Estou como sem dormir Eu te quis e agora não há como escapar Escapar Eu me sinto tão cheio Na ausência de todos os corpos Que me assombram a inocentar As incertezas que insistem em me rodear A solidão no afã de vampirizar Cruel como não ter fé A náusea me invade e me tira o sono Minha obra prima O meu abandono Eu te fiz bem maior do que eu pude aguentar Estou como sem dormir Eu te quis e agora não há como escapar Escapar