Não fala com pobre, não dá mão a preto Não carrega embrulho Pra que tanta pose, doutor? Pra que esse orgulho? A bruxa que é cega esbarra na gente E a vida estanca O enfarte lhe pega, doutor E acaba essa banca A vaidade é assim, põe o bobo no alto E retira a escada Mas fica por perto, esperando sentada Mais cedo ou mais tarde ele acaba no chão Mais alto o coqueiro Maior é o tombo do coco, afinal Todo mundo é igual quando a vida termina Com terra por cima e na horizontal ♪ ♪ Então eu peço ao Ano-Novo Peço aos deuses do calendário Peço aos orixás das transformações Nos livrem do infértil, da ninharia Nos protejam da vaidade burra Da vaidade minha, desumana, sozinha Nos livrem da ânsia voraz Daquilo que ao nos aumentar, nos amesquinha Não fala com pobre, não dá mão a preto Não carrega embrulho Pra que tanta pose, doutor? Pra que esse orgulho? A bruxa que é cega esbarra na gente E a vida estanca O enfarte lhe pega, doutor E acaba essa banca A vaidade é assim, põe o bobo no alto E retira a escada Mas fica por perto, esperando sentada Mais cedo ou mais tarde ele acaba no chão Mais alto o coqueiro Maior é o tombo do coco, afinal Todo mundo é igual quando a vida termina Com terra por cima e na horizontal