Foi você que pra me virar a cabeça Arranhou minha couraça Batizou minha cachaça Acabou com a minha raça Achou graça na desgraça Foi você que se meteu No recanto que era eu Feito incêndio no museu Feito anjo na vigília de um ateu Foi você que me apareceu do nada E danou de me rondar Pra depois me desandar E do nada nunca mais voltar Vem de novo me render, vem Me queimar, me converter, nem vem Mais danada que você, ninguém Foi você que pra me fazer arruaça Veio vindo passo a passo Se aninhou no meu regaço Amassou meu espinhaço Me cuspiu feito bagaço Foi você quem invadiu O meu coração baldio Que nem seiva, que nem cio Qual sofrência invade os cantos do Brasil Foi você que me descobriu na toca E uma vez me cutucou E outra vez me embatucou E eis que nunca, nunca mais voltou Vem pra cá me enlouquecer, vem Me tocar, me intumescer, nem vem Mais maluca que você, ninguém Foi você que me descobriu na toca E uma vez me cutucou E outra vez me embatucou E eis que nunca, nunca mais voltou Vem pra cá me enlouquecer, vem Me tocar, me intumescer, nem vem Mais maluca que você, ninguém Nem vem, nem vem Nem vem, nem vem