Na porta, lentas luzes de néon Na mesa, flores murchas de crepon. E a luz grená filtrada entre conversas Inventa um novo amor, loucas promessas. De tomara-que-caia Surge a crooner do norte - Nem aplausos, sem vaia: Um silêncio de morte Ah, quem sabe de si nesses bares escuros Quem sabe dos outros, das grades, dos muros. No drama sufocado em cada rosto A lama de não ser o que se quis A chama quase morta de um sol posto A dama de um passado mais feliz Um cuba-libre treme na mão fria Ao triste strip-tease da agonia De cada um que deixa o cabaré Lá fora a luz do dia fere os olhos