Num banco de névoas calmas Quero ficar enterrado Num casebre de bambú Na minha esteira deitado A fumar um narguilé Até que passe a monção Enquanto a chuva derrama Sua triste canção Sei que tenho que partir Logo que suba a maré Mas até ela subir Volto a encher o narguilé Meu capitão Já é hora de partir e levantar ferro Não me quero ir embora Diga que foi ao meu enterro ♪ Deixem-me ficar deitado A ouvir a chuva a cair Eu ainda estou acordado Só tenho a alma a dormir Como a folha do bambú A deslizar na corrente Apenas presa ao mundo Por um fio de água morrente Nos arrozais morre a chuva Noutra água há de nascer Abatam-me ao efetivo Também eu me vou sem morrer Para quê ter de partir Logo que passe a monção Se encontrei toda a fortuna No lume deste murrão ♪ Ópio, bendito ópio Minhas feridas mitiguei Meu balsamo para a dor de ser Em ti me embalsamei Ópio, maldito ópio Foi para isto que cheguei Uma pausa no caminho Numa névoa me tornei Ópio, maldito ópio Minhas feridas mitiguei Meu balsamo para a dor de ser Em ti me embalsamei Ópio, maldito ópio Foi para isto que cheguei Uma pausa no caminho Numa névoa me tornei Numa névoa me tornei Numa névoa me tornei Numa névoa me tornei