Ela contou-me que foi sempre só Quando eu lhe falei de amizade Que muitos homens lhe usaram o corpo Desde não sei já que idade Como gostava de os acariciar De cada vez que eles vinham Pela noite, estremecendo devagarinho Pela noite, estremecendo devagarinho Quando eles partiam já de manhã Bebia à solidão de um trago Comprava o dia com pouco dinheiro Que o seu amor não é pago Tu que duvidas da sua verdade Assenta o lugar e a hora Porque amanhã ela vai estar à tua espera Amanhã ela vai estar à tua espera Tu que foste traído, tu que atraiçoaste Tu que deixaste cair aquilo em que acreditaste Tu desesperado, que andas a monte Não faltes ao teu encontro Amanhã, ao fim da tarde Junto à ponte Amanhã, ao fim da tarde Junto à ponte Leva o corpo e leva a dor Não esqueças os teus desejos Sê violento se acaso Te amedrontarem os seus beijos Mas não te faças rogado É por ti que ela espera Vai, corre ao seu encontro Amanhã, ao fim da tarde Junto à ponte Amanhã, ao fim da tarde Junto à ponte