Folhas de outono, luas sem mel Esplendores e misérias do grande hotel Do Kamasutra às flores do mal Passos de anjo rumo ao destino final Ilhas fantasma, gaitas sem fole Os trópicos tristes jazem ao sol Barcos sem leme nem capitão Homem zangado até pode ter razão Retiras dum engarrafamento sem avanço ou retorno Esbanjámos cada instante precioso como se fosse eterno Considerámos cada migrante apenas mais um trastorno E agora todos desfrutamos de uma estação no inferno Promessas escritas na maionese A espuma dos dias ao som do jazz Doses contadas dinheiro na mão Olhares lascivos noites de inquietação Deuses extintos pragam aos céus Mulheres destemidas rasgam os véus Criança cresce de arma na mão Criança morre ninguém lhe pede perdão Decapitando a magna floresta para alimentar gado Divorciando nosso carácter dum instinto fraterno Envenenado o vasto oceano insultando o passado E agora vamos desfrutando de uma estação no inferno E agora juntos desfrutamos de uma estação no inferno