Mandaste-me dizer no teu bilhete ardente Que hás de por mim morrer, morrer muito contente Lançaste no papel as mais lascivas frases A carta era um painel de cenas de rapazes Lançaste no papel as mais lascivas frases A carta era um painel de cenas de rapazes Ó cálida mulher, teus dedos delicados Traçaram do prazer os quadros depravados Contudo, o teu olhar é muito mais fogoso Que a febre epistolar do teu bilhete ansioso Do teu rostinho oval os olhos tão nefandos Traduzem menos mal os vícios execrandos Teus olhos sensuais, libidinosa Marta Teus olhos dizem mais que a tua própria carta As grandes comoções tu neles sempre espelhas São lúbricas paixões as vívidas centelhas Teus olhos imorais, mulher, que me dissecas Teus olhos dizem mais que muitas bibliotecas Teus olhos imorais, mulher, que me dissecas Teus olhos dizem mais que muitas bibliotecas