Alma: — Vi-te a espreitar pela melancolia à espera que eu vá passar por aí. Voz: — É uma forma triste de alegria De ver o que me vai dentro de ti. Alma: — O mar não é tão grande e a saudade Não chega para vestir essa intenção. Voz: — De que me serve o traje da verdade Se fico mais bonita de ilusão. Alma: — És tu quem vai à frente e, no entanto Ficas sempre a um passo de chegar. Voz: — Eu só ando o que levo neste canto Quem ouve dê o passo que faltar. Alma: — Se não me alcanças porque não desistes E tentas agarrar uma miragem. Voz: — Se existo é só porque tu existes Nascemos irmãs da mesma viagem. Alma: — Quem sabe, qualquer dia Em qualquer lado, a gente vai sorrir do que foi dito. Voz: — Quem sabe se daí se faz um fado Sem versos porque então está tudo escrito. Letra: João Monge Nuno Guerreiro - voz João Gil - guitarra