Ando na berma Tropeço na confusão Desço a avenida E toda a cidade estende-me a mão Sigo na rua, a pé, e a gente passa Apressada, falando, o rio defronte Voam gaivotas no horizonte Só o teu amor é tão real Só o teu amor São montras, ruas E o trânsito Não para ao sinal São mil pessoas Atravessando na vida real Os desenganos, emigrantes, ciganos Um dia normal Como a brisa que sopra do rio Ao fim da tarde em Lisboa afinal Só o teu amor é tão real Só o teu amor Gente que passa A quem se rouba o sossego Gente que engrossa as filas do desemprego São vendedores, polícias, bancas, jornais Como os barcos que passam tão perto Tão cheios partindo do cais Só o teu amor é tão real Só o teu amor Só o teu amor é tão real Só o teu amor