Ah que estou arrependido De ter feito e de ter tido Ai oração, ora seja como a que ouvi na igreja Mea culpa, mea culpa Minha máxima desculpa É ter vindo pro presente conservado em aguardente Quero ser pra sempre jovem As minhas células movem Uma campanha eficaz água benta e água-raz O elixir da eterna juventude Esse que quer que tudo mude Pra que tudo fique igual 'Tava amarado Falsificado É desleal Vou implorar aos apóstolos Mas é pior, que desgoto-os Com tanto pecado junto Não lhes pega nem o unto Vou recorrer aos meus santos Esses, ao menos, são tantos Que há-de haver um que me acuda senão ainda tenho o Buda Maomé vai à montanha O Papa, ninguém o apanha Na Rússia, o rato rói a rolha, venha o diabo e escolha O elixir da eterna juventude Esse que quer que tudo mude Pra que tudo fique igual 'Tava amarado Falsificado É desleal Misticismo agora à parte Envelhecer é uma arte Arte nova, arte final Numa luta desigual Só me vou pôr de joelhos Ante o mais velho dos velhos E perguntar-lhe o segredo de p'ra ele ainda ser cedo Quando o espelho me mira Já nem o chapéu me tira Deito-lhe a língua de fora Pisco o olho e vou-me embora O elixir da eterna juventude Esse que quer que tudo mude Pra que tudo fique igual 'Tava amarado Falsificado É desleal O elixir da eterna juventude Esse que quer que tudo mude Pra que tudo fique igual 'Tava amarado Falsificado É desleal Estou velho Dói-me o joelho Dói-me parte do antebraço Dói-me a parte interna De uma perna A parte amiga Da barriga Que fadiga O que é que eu faço? Escolho o baço ou o almoço? Vira o osso, dói pescoço É do excesso, do ex-sexo Alvoroço, reboliço Perco o viço, já soluço Já sobroço, esmiuço Os meus sintomas E já agora, do meu médico Os diplomas, esmiuço A consciência E já agora, apresento a penitência