Grossas são as cordas Os nós são de marinheiro Enroladas à volta Mantêm-te prisioneiro Tu tentas sacudi-las Mas os nós são corredios E quanto mais te mexes Mais te apertam, tem sangue frio E tu ainda perguntas O que foi que se passou Se mal não fizeste Quem foi que te amarrou São pesadas correntes Terminadas em grilhetas São grossos cadeados Trancados com sete chaves pretas Não te deixam voar Tu já estás colado ao chão E tudo isto existe Não parece ter solução Mas se te lembrares Se tu usares a tua razão Tu é que te ataste Tu és a tua prisão Cordas e correntes prendem-te no mesmo sítio E tu ranges os dentes à beira do precipício Tudo o que possuis Vai-te roendo a liberdade Tudo o que desejas Vai-te doendo de verdade E tu queres gritar Mas estás amordaçado Mas tens de conseguir, De rebentar por algum lado Tu tens de ir para além do medo Deitar tudo a perder Essas cordas e correntes São mentais, podem desaparecer Cordas e correntes prendem-te no mesmo sítio E tu ranges os dentes à beira do precipício ♪ Cordas e correntes desfazem-se em mil bocados Cortaram-se os nós, quebraram-se os cadeados E tu olhas em volta Já não estás no mesmo sítio São cordas e correntes caindo no precipício