Eu vivo sempre no automático É muito prático Esqueço a vida no conforto torto do meu corpo estático Dramático momento ao relento me encontro pronto Afronto o âmago de um egoísmo matemático. Avanço um pouco manso contra minha própria alma Não canso nem danço no denso vazio da calma. Confesso que balanço, me estresso quando me enxergo. Carrego a cura da existência no centro da palma. Olho o relógio mas não vejo a hora De cair fora da mediocridade De ir embora dessa falsidade A mentira agrada bem mais que a verdade Fumaça engole a natureza Dúvida cobre a minha certeza Minha tristeza incomoda bem menos do que minha mais pura felicidade. Saudade da minha infância vida despida de tanta ganância, Quando um sorriso espelhava um troféu, mostrava real importância. Desconhecia a palavra distância fonteira não tinha pra imaginação. Encaixotaram a minha instância minha liberdade virou um cifrão. Quanto custa o teu sorriso? Quanto que vale o teu coração? Teu ideais atirados do abismo, sonhos em óbito num caixão. No espelho não enxerga nada não, mais um humano padrão. Trancafiado na caixa fechada que aonde não entra imaginação "Esperto é quem vê o próprio abismo, Corro, vou de encontro a meu próprio deserto. Incerto, cismo. Enxergar a própria falha, é o mais sincero masoquismo." Eu vivo sempre no automático É muito prático Esqueço a vida no conforto torto do meu corpo estático Dramático momento ao relento me encontro pronto Afronto o âmago de um egoísmo matemático. Avanço um pouco manso contra minha própria alma Não canso nem danço no denso vazio da calma. Confesso que balanço, me estresso quando me enxergo. Carrego a cura da existência no centro da palma.