Ei, o que fizeram do meu país? O transformaram numa meretriz De sorriso triste e tetas cansadas Ei, o que fizeram da minha esperança? A transformaram numa velha criança Anêmica, suja e maltratada E navegamos sem rumo Nesse tempo tão turbulento Eles transmutam um lindo horizonte Num opaco céu de cimento E sob sombras e trevas nos contam histórias de um belo jardim Mas, na cara dura, sarcasticamente nos falam assim: Relaxe, goze, seja feliz É inevitável o futuro do seu país Relaxe, goze, seja feliz É inevitável o futuro do seu país Ei, de que vale ser filho da santa Se escolhe o filho da outra Pra representar o seu destino Sei, que é difícil em meio a tanto joio Alguém encontrar o trigo Mas é urgente e é preciso Pois virar de lado, bocejar Fazer de conta que não é contigo Ou aceitar Tapinha nas costas de alguém que se diz seu amigo Você não quer ver que vai ver Pra sempre o futuro repetir o passado Ou amar o passado mesmo sabendo Que será enganado Relaxe, goze, seja feliz É inevitável o futuro do seu país Relaxe, goze, seja feliz É inevitável o futuro do seu país Nos tribunais exibem Seus potentes advogados Que dão cavalo de pau nas palavras Mas, como sempre, ninguém é culpado Ratos, ladrões, canalhas Senhores de tanta indecência Mas bovinamente temos de chamá-los de vossa excelência Relaxe, goze, seja feliz É inevitável o futuro do seu país Relaxe, goze, seja feliz É inevitável o futuro do seu país Relaxe, goze, seja feliz É inevitável o futuro do seu país Relaxe, goze, seja feliz É inevitável o futuro do seu país Relaxe!