Tem dia que dói levantar Tem dia que só de pensar Já dói E rói o osso da cabeça oca Rói o resto dessa voz tão pouca Rasga um riso falso e arranca o nosso peito pela boca Mas é difícil chegar Na solução Quando se vê que se tá Que vai ter que ficar No olho do furacão Tem dia que dói levantar Tem dia que só de pensar Já dói E rói o osso da cabeça oca E rói o resto dessa voz tão pouca E rasga um riso falso e arranca o nosso peito pela boca Parece que eu nem tô aqui Que eu ando fora do lugar Eu sou a roupa pra estender Eu sou a louça por lavar A bagunça que ficou e ainda vai ficar Mas é difícil chegar Na solução Quando se vê que se tá Que vai ter que ficar No olho do furacão No olho do fu No olho do furacão Tem dia que doi levantar Tem dia que só de pensar Já dói E rói o osso da cabeça oca Rói o resto dessa voz tão pouca Escrevo pra depois rasgar Os versos que eu quero esquecer Tem verso que não vai rimar E amor que rima besta com sofrer Tem muita roupa pra lavar E algumas pra estender Mas é difícil chegar Na solução Quando se vê que se tá Que vai ter que ficar No olho do furacão No olho do fu No olho do furacão Sou o silêncio na falta de assunto Produto bruto de tudo que eu sinto Multiplicado pelo o que eu me invento Eu faço vento com esse grito mudo Frente o surto de razão de um louco Que viu o mundo girando infinito O fundo falso no fundo do poço