Eu não me importo com o cheiro da fumaça E acho graça do vento frio no rosto Porque o campeiro sabe onde mora a caça E quem tem raça não pode dormir no posto Sabedoria não se compra em bolicho E não é nicho muito fácil de encontrar Quem tem o cavalo sabe onde vai o rabicho Quem quer cambicho sempre sabe onde achar Só não me aperte porque eu sou meio cestroso Bicho manhoso criado lá no fundão Eu sou do campo, sou humilde, mas sou livre Porque é assim q vive, um xucro de viamão Não vem de bico que eu não gosto da mutuca Nem me cutuca que sou bagual Que coisa linda ser tratado com carinho Porque um pouquinho de respeito não faz mal Eu sou do tempo que o Uruguai era banhado E gado alçado, era normal No mundo novo me sinto meio perdido Eu fui parido lá na velha capital Eu me acordo na hora que canta o galo E o meu cavalo dá o primeiro relincho Abro picada, corto lenha, faço valo E curo calo porque eu mesmo me destrincho Eu acredito em benzedura e simpatia E não tem dia que eu não faça uma oração Eu tenho alma de uma figueira sombria E a energia da gente do meu rincão Só não me aperte porque eu sou meio cestroso Bicho manhoso criado lá no fundão Eu sou do campo, sou humilde, mas sou livre Porque é assim q vive, um xucro de viamão Não vem de bico que eu não gosto da mutuca Nem me cutuca que sou bagual Que coisa linda ser tratado com carinho Porque um pouquinho de respeito não faz mal Eu sou do tempo que o Uruguai era banhado E gado alçado, era normal No mundo novo me sinto meio perdido Eu fui parido lá na velha capital