Domingo de manhãzinha Sento o recaus no gateado De crina e casco aparado O mundo é tudo o que eu quero Meu pala branco de seda Bota negra, reluzenta E uma bombacha cinzenta De tudo que mais venero Essa vida a gente leva Nos encontros do cavalo Pechando e botando o pealo Coisas que faço me rindo Do bagual eu faço um pingo Pra um andejar de aragano Que não tem dias do ano Mais belos do que os domingos ♪ Eu boto o pé no estribo E o flete campeia a volta Já com luzeiro de escolta Unido à luz da boieira E o brilho da feiticeira Se corta num campo afora Com a serenata da espora Pra uma canção estradeira Essa vida a gente leva Nos encontros do cavalo Pechando e botando o pealo Coisas que faço me rindo Do bagual eu faço um pingo Pra um andejar de aragano Que não tem dias do ano Mais belos do que os domingos ♪ Pelo caminho se vai Ao potreiro sos olhos dela Sogueiros de sentinela No lombo das sesmarias Clareando as barras do dia Encilho com a liberdade E cabresteio a saudade Pra tironear judiaria Essa vida a gente leva Nos encontros do cavalo Pechando e botando o pealo Coisas que faço me rindo Do bagual eu faço um pingo Pra um andejar de aragano Que não tem dias do ano Mais belos do que os domingos ♪ À se encantar uma flor O sentimento é dobrado Troca orelha, o meu gateado Que inté' nem toca no pasto E o vocabulário gasto Ensaia o que é de dizer Das coisas do bem querer Pra garupa do meu basto Essa vida a gente leva Nos encontros do cavalo Pechando e botando o pealo Coisas que faço me rindo Do bagual eu faço um pingo Pra um andejar de aragano Que não tem dias do ano Mais belos do que os domingos