Hoje amanheceu chovendo Mas eu não posso parar No galpão todos cochilam Eu tive que levantar Tem vaca pra tirar leite E potros pra galopear Eu sempre fui peão de estância Gosto daquilo que faço Barro o galpão faço bóia E com solingem de aço Vou lonquear um couro preto E tirar uns tentos pra o laço ♪ O gado adivinha a chuva Soltando bafo das ventas E relampeia cruzado Que o índio ate não aguenta Eu passo a mão no machado E benzo mais uma tormenta Assim e a vida da gente Do fundão de ma fazenda Aproveito os dias de chuva Para aumentar minha renda Faço cinto e tranço corda Que indiada que me encomenda As minhas obrigações Todas elas eu atendo E hoje vou lidar com cordas Porque amanheceu chovendo E hoje vou lidar com cordas Porque amanheceu chovendo ♪ A chuva não para nunca E depois de um chimarão Vou laçar lá na mangueira Um lobuno do patrão Pois mesmo deitando água Eu vou tontiar ele a tirão Já de volta no galpão Engraxo bem meu lombilho Espicho o laço no aramado E pra um guacho doradilho Debulha a força de dedo Uma meia bolsa de milho As minhas obrigações Todas elas eu atendo E hoje vou lidar com cordas Porque amanheceu chovendo E hoje vou lidar com cordas Porque amanheceu chovendo De noite segue chovendo e a peonada se assanha Eu pego meu violão, bombeio e tomo uma canha É assim que se passa a vida, quando chove na campanha Falquejo uma canga buena para os cascos do petiço Pois eu só adulo o meu patrão fazendo bem meu serviço As minhas obrigações Todas elas eu atendo E hoje vou lidar com cordas Porque amanheceu chovendo E hoje vou lidar com cordas Porque amanheceu chovendo Porque amanheceu chovendo Porque amanheceu chovendo