Num bochincho certa feita Fui chegando de curioso Que o vício é que nem sarnoso Nunca para e nem se ajeita Baile de gente direita Vi de pronto que não era Na noite de primavera Gaguejava a voz de um tango E eu sou louco por fandango (Que nem pinto por quirera) Chinocas de todo o porte E gaudérios do queixo roxo Corria um bochincho frouxo Naquela noite de julho E a não ser pelo barulho Da velha gaita manheira Só se ouvia a tinideira De esporas no pedregulho Meu pingo mascava o freio Num palanque da ramada Pateando de cola atada Pois sempre fui prevenido Em pagos desconhecido Não me descuido por nada Voltava de uma tropeada E ali me achava entretido Marca vem e marca vai E a cordeona resmungava Mas tinha um índio que olhava Demais pra minha chinoca Lagarto que sai da toca Quer chumbo, diz o ditado E eu me paro embodocado Quando um olhar me provoca Me rasgaram a bombacha E me esfiaparam todo o pala Mas fiquei dono da sala E antes que clareasse o dia Vi o último que fugia Num zaino mocho de em pelo Mas deixaram pra sinuelo A china que eu mais queria Pois se a nega véia' que cuida da criançada Entra com a cachorrada, gente! Que coisa, hein?