O sol campeou no horizonte Pra se aninhar na distância E a vida volta pra estância No arremate do dia Retornam aos cavaletes Canções de mangos e esporas Que fizeram campo a fora Cantarem as sesmarias ♪ As vacas mansas tranqueam Na direção da mangueira E os tambeiros na porteira Se apartam rumo ao chiqueiro A pipa da água sacia A sede de uma cambona Que se encosta querendona Num angico trafugueiro Quando uma estância adormece No terno colo da pampa O Rio Grande se enternece E a nostalgia se acampa Quando uma estância adormece No terno colo da pampa O Rio Grande se enternece E a nostalgia se acampa ♪ O poncho negro da noite Se abriu na anca do mundo E um olhar claro e profundo Chega nos olhos da lua Os ranchos viram silhuetas E o contorno do arvoredo Parece esconder segredo Das nossas noites charruas Quando uma estância adormece No terno colo da pampa O Rio Grande se enternece E a nostalgia se acampa Quando uma estância adormece No terno colo da pampa O Rio Grande se enternece E a nostalgia se acampa ♪ Os candeeiros ressuscitam Com almas incandescentes Como se fossem sementes Brotando em noites escuras Roncos de mates e cordeonas No galpão enfumaçado Guardam a luz do passado Pra alvoradas futuras Quando uma estância adormece No terno colo da pampa O Rio Grande se enternece E a nostalgia se acampa Quando uma estância adormece No terno colo da pampa O Rio Grande se enternece E a nostalgia se acampa