Se um dia me fiz cantor Por certo foi porque eu quis Pois Deus me deu esta sina De fazer o povo feliz Eu venho lá do rincão Onde o mato abraça o campo Quando me acordo inspirado Da cordeona, eu me destampo Acarco uma vaneira Dessas de debulhar os coco De trocar bugio de galho E pica-pau saltar do oco Esparramado nos ombros Pus um lenço colorado Botas de cano comprido Bombacha de brim riscado Apertada na cintura A minha faca coqueiro Meu chapéu de aba bem larga Faz sombra até pros parceiros Se um dia me fiz cantor Por certo foi porque eu quis Pois Deus me deu etsa sina De fazer o povo feliz Por cantar o meu Rio Grande Sou um gaúcho de raiz Se um dia me fiz cantor Por certo foi porque eu quis Pois Deus me deu esta sina De fazer o povo feliz Por cantar o meu Rio Grande Sou um gaúcho de raiz Por cantar o meu Rio Grande Sou um gaúcho de raiz Sai da frente que vamos nós O meu canto tem o timbre Dos sinos das reduções Que vai reunindo minha gente Para um culto às tradições Os meus versos são os salmos Desta sagrada escritura Que aprendi pelos galpões Pra pregar nossa cultura Por isso, eu canto a minha minha terra Com toda autenticidade Meu sapucai missioneiro É um grito de liberdade Que as raízes se entrelaçam Nas profundezas do chão De onde tiro a essência Pra seiva do coração Se um dia me fiz cantor Por certo foi porque eu quis Pois Deus me deu esta sina De fazer o povo feliz Por cantar o meu Rio Grande Sou um gaúcho de raiz Se um dia me fiz cantor Por certo foi porque eu quis Pois Deus me deu esta sina De fazer o povo feliz Por cantar o meu Rio Grande Sou um gaúcho de raiz Por cantar o meu Rio Grande Sou um gaúcho de raiz