Plantei fundas esperanças no meu canto Pois cantar é terra fértil pra quem ama E as tristezas são sementes não crescidas Da tua partida que em meu rosto se derrama Estes meus versos andam tristes nos confins E a saudade traz silêncios de tapera Cevo meu mate nestas tardes de horas largas Que são amargas quanto as noites de espera Escuta minha prenda esta canção que fiz só pra ti No universo nosso amor anda disperso Buscando rimas pra estes versos que escrevi Teus olhos meigos, do infinito pra onde foste Rasgam o céu na escuridão dizendo a mim E tu me esperas pras eternas primaveras De um novo mundo, cheio de paz e amor sem fim Em que outro mundo aquerenciou-se afinal? Se o meu olhar encilha o flete e sai pra vê-la Será nas águas mais profundas de algum mar? Quem sabe o céu ganhou mais uma estrela Ainda ergo aquele rancho que sonhamos Nas voltas fundas, no fundo de algum rincão Pra que a saudade encontre abrigo quando chegue Aonde o sonho se casou com a solidão