Tanta solidão numa cidade Apinhada de gente jovem Que agita as redes sociais em móveis E a cada imóvel move-se Umas costas voltadas... Porque há costas deitadas em divisões alugadas Em casas que nem chegam a ser casas São carpetes de passagem Calcadas por qualquer bagagem E o landlord usa etnias pra descrever soalhadas E se tu pagas ele mete 25 Num 10 polegadas Onde caibam corpos cabem sonhos Eu fiquei lúcido ... elucidou-me A crueldade de uma capital Onde o capital humano São trapos num estendal Torcidos num rodopio Contidos no perímetro De uma maquete onde o silêncio é o vazio Que cada tipo transporta consigo Como um seguro de saúde Sem cobertura de risco E no matadouro das almas Que entope o tráfico De que vale o esforço de uma sirene Se ela só vai socorrer um corpo Offshore que sim, bêbedo como um cacho em Shoreditch Should I call a Taxi Should I stop num kebab em Hackney Should I voltar para ti... CCTV... eu sou transparente e pálido Franco e cáucaso como qualquer branco curvado CCTV... as minhas intenções são óbvias Eu vim pra arranjar trabalho CCTV... essa vigia de pan-óptico deixa-me com dores no abdómen Eu não sou um bronco do Bruce, não vim pra chupar benefits Nem pra acabar como candongueiro do Tottenham CCTV... se me vês acenar a mano Diz ao meu pai que eu o amo Diz à minha mãe que eu a amo CCTV... se me vês acenar a mano Diz ao meu Porto que eu o amo Diz ao meu país que eu o amo CCTV... se me vês acenar a mano Diz ao meu pai que eu o amo Diz à minha mãe que eu a amo CCTV... se me vês acenar a mano Diz ao meu Porto que eu o amo Diz ao meu país que eu o amo