Uma alarmada, gargalhada fatal Passa pelo frio da noite, magro animal Solto de livre, vestido de parede Um copo de sede encheu o seu coração Cegado de um olho, quase já sem visão Era cachorro de rua, seu nome era cão Ó, canino peregrino Fora desmamado muito cedo, seu menino A vida deu de chicote nele e ele se saia donde tava E pro outro da rua, atravessava Não dava direito, rancores no peito Não dava direito, rancores no peito, não ♪ Observador de ouvir o vento assoprar Morador de desendereçado lugar Ele existia em sua companhia Pra não ter lamento dentro do coração Pra não ser sozinho em sua solidão Gritos na igreja do bispo pastor-alemão As coleiras traiçoeiras ao longo do chão Sacerdotes para a multidão ♪ Na entrada dum beco Tinha um gato preto Feito quase inteiro de mistério Na neblina, era flecha fina De um arqueiro guerreiro atirador Como anfitrião, Exu, guardião da porta Como matéria feita daquilo que a mão não toca Foi-se no seu descontente, sentiu-se uma carne No meio do dente de um grande animal Gato de lua crescente olhava No leito profundo do peito daquele animal Uma mensagem trazia Com voz de profecia Que o despertar de uma nova civilização Levaria um fim para a sociedade do cão (Como a dos humanos, milhares de anos) (Como a dos humanos) e outros animais (Milhares de anos, como a dos humanos) Milhões de anos atrás (como a dos humanos) (Milhares de anos, como a dos humanos) E outros animais, milhões de anos atrás (Milhares de anos, como as dos humanos) E outros animais (como a dos humanos) (Milhares de anos, como a dos humanos) Milhões de anos atrás (como a dos humanos) (Milhares de anos, como a dos humanos) E outros animais, milhões de anos Milhões de anos, milhões de anos atrás