Um hiato Uma bombinha no rabo do gato Uma comida sem sal Um chip novo pro velho animal Um sorriso artificial De um apresentador sem graça É assim que se molda a massa É assim que se molda a massa Uma nave pousou lá no meu quintal Eu não sei muito bem a hora Quando eu tava deitado pra ir dormir Um ET me chamou pra fora e disse, rindo Você vai preferir ficar dormindo Enquanto eu trago a revelação? Dos anos em que você não nasceu Do tempo absurdo que você perdeu Um espelho que não reflete Não serve, só mede o discurso do Eu vou embora pra outro lugar Diga-vaga-vagarinho, mas eu Vou orar pro tempo pra me diluir Pra não deitar e desfrutar de qualquer cama Nem que o mais santo Mais papa degrau da fama me liberte Não vou querer que o sangue me liberte E o dicionário criador dessa moral Que se diverte com a peste emocional Que faz a vida parecer mais cinza Celebridade de perna aberta Membros de sociedade secreta Humanidade atolada na merda Até o pescoço, tá osso! Eu vou embora pra outro lugar Vou orar pro tempo pra me diluir Minha mãe, me tira desse inferno Esse mundo moderno já me parece fosco Tá muito organizado pro meu gosto Eu vou respirar fundo porque A Quimera, amor, é mera psicologia É drama de gente vazia Entre espinho e flor Não há diferença nenhuma São todos a mesma chama São todos a mesma coisa Vem todos da mesma coisa Vêm juntos pra mesma coisa É tudo a mesma coisa Para, para, para pra ouvir Pare, pere, pera aí pra escutar Deixa o Buda interno falar Deixa o Buda interno falar Deixa o Buda interno falar Deixa o Buda interno falar Deixa o Buda interno falar, ê!