Quem vive do verso cantando o Rio Grande Carrega no sangue o sangue da gente É o grito liberto do peão explorado Que sendo soldado, não fala o que sente Igual ao açude batendo nas pedras É o canto que agrega valores de outrora É a china que espera depois do horizonte É a vida e reponte no timbre da espora Quem vive do verso tropeia a amizade Deixando saudades por tudo que canto Num baile gaúcho reunindo as famílias Num rádio a pilha num fundo de campo ♪ Quem vive do verso não anda folgado Tem dedo judiados de gaita e violão E mesmo rengueando, comanda a folia Taureando invernias no altar do galpão Às vezes carrega o peito tristonho Por ver que os sonhos se vão a la cria Mas abre a garganta e vem no tranquito Cantares bonitos, trazendo alegria Quem vive do verso tropeia a amizade Deixando saudades por tudo que canto Num baile gaúcho reunindo as famílias Num rádio a pilha num fundo de campo ♪ Quem vive do verso não quer sofrimento E paira no tempo que a tudo consome Porque algum dia ausente do ninho Alguém com carinho lembrará seu nome Será uma estrela bailando em aguada Pelas madrugadas da pampa charrua Será uma voz em forma de vento Soprando lamentos pra um resto de lua Quem vive do verso tropeia a amizade Deixando saudades por tudo que canto Num baile gaúcho reunindo as famílias Num rádio apilha num fundo de campo