A noite se finda, me acordo escutando O vento guasqueando nas tábuas do rancho O dia me encontra de zóio' pequeno E num mate bueno a preguiça eu desmancho Com sol ou geada, com chuva ou garoa Qualquer tempo à toa que vem lá de cima Quando galo canta, eu pulo da cama Se a lida me chama, não importa o clima A vida não para porque o tempo muda E o céu ajuda quem firme se aguenta Quem não é patrão, trabalha sem bronca Pois lá a pança ronca com sol e tormenta Que venha o destino que a vida me deu Porque não nasceu quem viva de brisa O peão só desenha um tempo melhor Deixando suor no chão onde pisa ♪ No mundo campeiro, um dia após outro A sina do potro é ser cabresteado O peão também nasce com a mesmo sina Pra nessa rotina viver embretado Quem sabe da lida, conhece o caminho Não baixa o focinho se o tempo tá feio Pras os tombos da vida não frouxa um tento De choro e lamento refuga o arreio A vida não para porque o tempo muda E o céu ajuda quem firme se aguenta Quem não é patrão, trabalha sem bronca Pois lá a pança ronca com sol e tormenta Que venha o destino que a vida me deu Porque não nasceu quem viva de brisa O peão só desenha um tempo melhor Deixando suor no chão onde pisa ♪ A vida não para porque o tempo muda E o céu ajuda quem firme se aguenta Quem não é patrão, trabalha sem bronca Pois lá a pança ronca com sol e tormenta Que venha o destino que a vida me deu Porque não nasceu quem viva de brisa O peão só desenha um tempo melhor Deixando suor no chão onde pisa