Mata o silêncio dos mates A cordeona voz trocada E a mão campeira do negro Passeando aveludada Nos botões chora segredos Que ele juntou pela estrada Quando o negro abre esta gaita Abre o livro da sua vida Marcado de poeira e pampa Em cada nota sentida Marcado de poeira e pampa Em cada nota sentida ♪ Quando o pai que foi gaiteiro Desta vida se ausentou O negro piá solitário Tal como pedra rolou E se fez homem proseando Com a gaita que o pai deixou ♪ E a gaita se fez baú Para causos e canções Do negro que passa a vida Mastigando solidões E vai semeando recuerdos Por estradas e galpões ♪ Quando o negro abre esta gaita Abre o livro da sua vida Marcado de poeira e pampa Em cada nota sentida Marcado de poeira e pampa Em cada nota sentida