Sábado quente, mandei tosar a melena Dei um brilho nas chilenas porque hoje eu vou bailar De tardezita, montei num pingo gateado E o perfume era importado que comprei no Paraguai Já era noite, no fandango fui chegando Vi muita gente dançando e outra fila para entrar Olhei pra dentro e avistei a mulherada Vi solteiras, vi casadas, todas loucas pra dançar É num fandango que eu fico cheio de graça Se tem mulher e cachaça danço e bebo sem parar Sou peão de estância que não recusa vaneira Com uns trocados na algibeira, quem que vai me segurar? ♪ As botas novas que hoje eu estou usando Vou amaciar dançando até o dia clarear Gaiteiro Eneias, você que é de Soledade Mostre que é bom de verdade, não se mixe pra tocar Venha loirinha, vamos nesse limpa banco Morena, enxuga este pranto que já venho te buscar E o bate-coxa segue frouxo no salão Nossa! Que fandango bom que não tem hora pra acabar É num fandango que eu fico cheio de graça Tendo mulher e cachaça danço e bebo sem parar Sou peão de estância que não recusa vaneira Com uns trocados na algibeira, quem que vai me segurar? ♪ De madrugada, um índio arruaceiro Deu cachaça pro gaiteiro só pra ver no que ia dar Duro de canha, jogou a gaita um canto e gritava Essa é pro Zezinho e o Chico Pará Diz que o ditado que tudo que é bom termina Mas pra quem traz esta sina de gaiteiro e cantador Peguei a gaita e meti tudo que eu podia E até verso de aporfia, fiz na hora do pavor É num fandango que eu fico cheio de graça Se tem mulher e cachaça danço e bebo sem parar Sou peão de estância que não recusa vaneira Com uns trocadas na algibeira, quem que vai me segurar? É num fandango que eu fico cheio de graça Se tem mulher e cachaça danço e bebo sem parar Sou peão de estância que não recusa vaneira Com uns trocadas na algibeira, quem que vai me segurar?