Olho e vejo tantas palavras no muro escritas Olho e vejo tantas mensagens nela esquecidas Talvez seja a hora de abrir ouvidos pro mundo Tantos gritos silenciados num vazio profundo São mensagens de amor de luta e de sofrimento Cresce o lodo sobre um pedido de casamento Tantas vozes gritam, caladas em tijolos duros Duros olhos passam por lá e só enxergam muros Mas são todos muitos espertos Enfiaram a poesia no concreto Acharam um lugar pro verso No avesso de concreto Mas são todos muitos espertos Enfiaram a poesia no concreto Acharam um lugar pro verso No avesso de concreto Não se aflija se o silêncio hoje te algema Para os mudos a liberdade é solução e lema É na tinta que escorre pelo reboco esquecido Onde clama em outro tom pelo sonho perdido Mas são todos muitos espertos Enfiaram a poesia no concreto Acharam um lugar pro verso No avesso de concreto Mas são todos muitos espertos Enfiaram a poesia no concreto Acharam um lugar pro verso No avesso de concreto São mil vozes, vorazes, velozes! São mil vozes Saindo dos postes tio, saindo dos postes! Não se escondam que a hora chegou Não há escuro onde a luz clareou! São mil vozes, vorazes, velozes! São mil vozes Saindo dos postes tio, saindo dos postes! Não se escondam que a hora chegou Não há escuro onde a luz clareou! Mas são todos muitos espertos Enfiaram a poesia no concreto Acharam um lugar pro verso No avesso de concreto Mas são todos muitos espertos Enfiaram a poesia no concreto Acharam um lugar pro verso No avesso de concreto