Meus pés já não têm chão, são vaga-lumes Estrelas pequeninas que se vão Meus pés já não castigam a campina Me levam a flutuar na imensidão Meus olhos sem limites têm visagens Viajam entre tantas dimensões E buscam muito além dessa paisagem Coragem pra encantar os corações Meu sonho hoje é vento peregrino Os anjos me carregam pela mão Meu sonho hoje morre a cada instante Pra renascer nas cordas do violão Meu sonho que lhe sonha todo dia E fala de uma luz que se entregou Ao vento que me venta pela vida A vida que no sonho remoçou Meus braços de peleias e pecados Se estendem nos fundões da madrugada Parece até um laço bem-trançado Que envolve o mundo inteiro em sua armada Meus lábios trazem beijos e sabores De sombras e paixões adormecidas Que brotam das palavras desaguadas Do fundo de cacimbas escondidas Meu sonho hoje é vento peregrino Os anjos me carregam pela mão Meu sonho hoje morre a cada instante Pra renascer nas cordas do violão Meu sonho que lhe sonha todo dia E fala de uma luz que se entregou Ao vento que me venta pela vida A vida que no sonho remoçou Meus pés já não têm chão, são vaga-lumes Estrelas pequeninas que se vão