Ah... (Como é então você?) Tá a te faltar baúka pra ser verdade Ah... Tá a te faltar poeira pra liberdade Teu caminho tá limpo Mesmo assim eu sinto Tem alguma chave boa nesse chaveiro, tem Tem alguma fruta boa nesse cacho inteiro, tem Bate o sotaque, as vogais são iguais ao passado Esconde a metade, o labor das formigas deixou seu rasto E eu tento entender. Porquê? Ah... (Como é então você?) Tá te faltar um banho de realidade Ah... Tá te faltar o dom da invisibilidade Cheiro de gasolina Lixo e creolina Tem alguma coisa boa na tua cara, tem Tem alguma coisa suja na tua história, tem Bate o chicote, as mentiras são iguais ao passado Nada fará com que eu seja como tu E, contudo, sou, não vê? Como é então você? Cheiro de gasolina Lixo e criolina Tem alguma coisa certa nesse medo, tem Tem alguma consciência nesse alarme, tem Bate o funje e a cidade já não reconhece o que foi mudado Nada fará com que eu seja diferente E, contudo, sou, não vê? Olha, eu hoje não tenho tempo para me explicar Olha, eu nunca pensei ainda ía piorar Olha, eu vejo o que o delírio do meu ego faz Olha, a culpa nem peneirada nos oferece paz Olha que é óbvio, que essa muralha não te satisfaz Olha, eu não quero nem um pedaço do pouco que dás Olha, eu temo que esta distância foi longe demais Olha que o tempo há-de provar o quão errado estás